ARTIGOS CIENTÍFICOS 2012
Autor (es):
CAYRES, Domitila Costa.
​
Título:
Ensaiando Aproximações de Gênero e Raça a Luz do Olhar Pós-Colonial.
​
Revista/ Editora:
REALIS, Revista de Estudos AntiUtilitaristas e Poscoloniais., v. 01, p. 75-93.
​
Resumo:
Partindo da perspectiva dos grupos e culturas historicamente discriminados se busca, por meio da recuperação dos aportes dos estudos pós-coloniais, sobretudo, os desenvolvidos por Costa (s/d), Dussel (2005), Fanon, (1983) e Hall (2003), a ampliação dos horizontes teóricos e analíticos para uma adequada compreensão dos processos de opressão sofridos pelos grupos subalternos. Parte-se do reconhecido de que, embora a abordagem pós-colonial venha sendo frequentemente mobilizada para superação de uma visão essencialista da história moderna, que sedimenta uma visão excludente da vida social, existem ainda poucos trabalhos empíricos com foco voltado para a intersecção dos elementos raciais e de gênero. Busca-se preencher essa lacuna, assim, o ensaio tem como propósito pensar a discriminação de gênero e raça sofrida pelas mulheres negras no Brasil, tendo como referente empírico dois fóruns da sociedade civil brasileira, quais sejam: a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) e Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB). Para isso, um estudo documental foi realizado e identificou-se que, estes fóruns mobilizam diferentes repertórios de ação política (cf. McAdam, Tarrow e Tilly, 2009) e optam por uma organização em redes interorganizacionais (Scherer-Warren, 2006), que possibilitam a articulação de diversas associações e movimentos sociais nacionais na expressão de demandas simbólicas e na consolidação de uma plataforma transversal de direitos que contemple a inclusão de diferentes identidades e valores em torno das questões feministas e étnicas. Apesar das diferenças temáticas e ideológicas, o estudo aponta que as articulações, amparadas por uma concepção ampla e transversal de direitos humanos, buscam estabelecer redes de solidariedade e de mútua-ajuda em busca de maior atuação e visibilidade na esfera pública e nos processos de desestabilização dos discursos dominantes com possibilidade de construção de novas subjetividades e de um projeto emancipador de sociedade mais justa e equânime.
​
Autor (es):
NICOLE, B. C. ; NASCIMENTO, Josué Corrêa ; MARQUES, Marcelo de S. ; COSTA, M. H.T; PEREIRA, P. H. M.; PRADO, R. V; CALOTI, V. A.
​
Título:
As paneleiras de Goiabeiras e a arte de fazer panela de barro: Ensaio etnográfico sobre a cultura do barro.
​
Revista/ Editora:
SIMBIÓTICA, v. 1, p. 16-52.
​
Resumo:
Reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN, 2006) como um Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, a “arte de fazer panela de barro” representa uma das principais referências culturais do Espírito Santo. Objeto de pesquisas e artigos científicos (Perota, 1997; Dias, 2006; Rodrigues, 2012; entre outros), as Paneleiras de Goiabeiras Velha destacam-se pelo modo sui generis de produção das peças cerâmicas, assegurando para si a autenticidade da panela de barro capixaba. Tento em vista sua relevância, este ensaio descreverá o processo de confecção das panelas de barro e os significados que perpassam esse processo. Ademais, analisará a interconexão cultural entre a cultura do barro e a lógica capitalista, buscando entender sua dinâmica cultural. O presente trabalho resulta de pesquisas realizadas entre 2009 e 2011, com as 32 Paneleiras associadas e que trabalham no galpão da Associação das Paneleiras de Goiabeiras Velha (APG), Vitória, Espírito Santo. A partir de 2011, as pesquisas foram revisadas e organizadas no Núcleo de Estudos e Pesquisas Indiciárias da Universidade Federal do Espírito Santo (NEI/UFES), sob a orientação do professor Claudio Marcio Coelho. Trata-se de um estudo qualitativo, tendo como instrumentos de coleta de dados: entrevistas, histórias de vida, questionários semiestruturados, pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e observação direta.
​