Confira como foi a sessão especial em comemoração aos 30 anos do CADH na ALES, que reuniu homenagens e falas em defesa dos Direitos Humanos

Euzeneia Carlos, coordenadora do NUPAD, professora e coordenadora do PGCS-UFES e membro do INCT Participa, foi convidada especial para proferir palestra no evento comemorativo de homenagem aos 30 anos do Centro de Apoio aos Direitos Humanos “Valdicio Barbosa dos Santos” (CADH), em Sessão Especial da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES), realizada no dia 16 de setembro de 2025.

O CADH se consolidou como uma organização histórica do movimento de direitos humanos do Espírito Santo, com repercussão nacional e internacional. Sua origem remonta o antigo MNDH-Regional Leste 1, que atuou na transição da ditadura para o regime democrático que levou a elaboração da Constituição de 1988, bem como na Campanha Nacional Contra a Impunidade do MNDH, não por acaso lançada em Vitória, em 1993.

Euzeneia destacou a trajetória de lutas e de conquistas do CADH ao longo de três décadas de engajamento e ativismo na causa dos direitos humanos, enfatizando sua relevância não apenas estadual, mas nacionalmente. Sua atuação também logrou o reconhecimento por organizações intergovernamentais de direitos humanos, com “comenda” da OEA e da ONU e “status consultivo especial” da ONU.

Confira trechos da fala de Euzeneia Carlos, em 16/09/2025:

Articulado a uma rede de movimentos sociais (CDDH-Serra, órgãos colegiados e CEDH, MNDH, entidades religiosas e pastorais, ativistas e ONGs de direitos humanos como Justiça Global e Conectas), muitas vezes interligadas através de fóruns (Fórum Reage ES, Fórum Contra a Violência em Defesa da Vida, FNEG), o CADH garantiu uma ação coordenada em defesa de causas coletivas. Além de combinar uma multiplicidade de repertórios de ação, essa rede de movimentos acionou táticas de nacionalização e internacionalização da causa e chegou às cortes internacionais da direitos humanos. A atuação do CADH na causa dos direitos humanos assim ganhou notoriedade nacional e internacional ao exercer um “ativismo além das fronteiras”.

Seu legado inclui a construção mesma da legitimidade dos direitos humanos e dos sujeitos de direitos, com impactos na sociedade e nos poderes constituídos. Nesse último, ressalta-se a construção de capacidades estatais e de políticas públicas voltadas a institucionalização de direitos de cidadania, como o direito à proteção da vida pelo Estado.

No contexto de desafios e retrocessos da contemporaneidade, a defesa da legitimidade dos direitos humanos torna-se ainda mais imperativa para a perpetuação dos seus princípios e legados, os quais tornaram a relação entre direitos humanos e democracia não apenas histórica e embrionária, mas visceral.